Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB inspira a Federação Paulista de Futebol

Tratado Diversidade LNB Futebol
(Yuri Reuters/LNB)

A Federação Paulista de Futebol lançou o Tratado pela Diversidade e Contra a Intolerância no Futebol Paulista, documento inédito de prevenção e combate aos crimes de ódio e que define diretrizes, regras e orientações para profissionais que atuam nas competições estaduais. Uma das principais inspirações da FPF foi o Tratado Antirracista pela Diversidade da Liga Nacional de Basquete, que foi lançado em abril do ano passado, em um processo conduzido por Rafael Rocha Garcia, coordenador de ESG da LNB.

Rafael Rocha Garcia foi convidado para uma conversa com o ex-jogador Mauro Silva, atual vice-presidente da FPF e presidente do Comitê de Diversidade e Inclusão da entidade. Na sequência, o coordenador de ESG da LNB ministrou duas palestras para os funcionários da FPF. Desse contato inicial houve uma aproximação para absorção do Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB, com realização de treinamentos nos meses de dezembro e janeiro, quando apresentação dos conceitos sobre o racismo e execução do protocolo nos momentos que ocorra tal situação.

Mas para entender o processo até o surgimento efetivo do Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB, que serviu de inspiração para o Tratado pela Diversidade e Contra a Intolerância no Futebol Paulista, é necessário voltar no passado. A Liga Nacional de Basquete, desde 2008, se destacou por ser uma entidade vanguardista, sempre baseada no que há de mais moderno e bem-sucedido no conceito de gestão esportiva no mundo.

Atendendo demandas socioambientais do mercado, a LNB criou o departamento de responsabilidade social em 2017, com a função de não só reforçar o seu programa de ações sociais e ambientais, como também para aperfeiçoar todo o trabalho já realizado pelas equipes que participam do maior campeonato de basquete do país. Essas ações são alinhadas com empresas interessadas em associarem suas marcas com projetos socioambientais.

Essa relação entre o esporte e questões socioambientais foi fortalecida pela criação do departamento de ESG (Environmental, Social and Governance) na estrutura organizacional da LNB, em novembro de 2020. A entidade deixa claro sua intenção de buscar maneiras de minimizar os seus impactos no meio-ambiente, de construir um mundo mais justo e responsável e de manter os melhores processos de administração.

Com o ESG, a LNB apresenta questões socioambientais e de governança como parte da estratégia global de posicionamento no mercado, com uma mudança progressiva da cultura existente no esporte, e se coloca alinhada com o objetivo do desenvolvimento sustentável (ODS), desenhados pelas Nações Unidas, e fortalecidas pelo governo brasileiro como uma das ferramentas colaborativas para atingir a Agenda 2030.

O fortalecimento dos clubes como stakeholders (partes interessadas), com inserção dos atletas e torcedores nesse papel, tem ajudado a ampliar a detecção das materialidades existentes e ajudado no planejamento de ações. O combate ao racismo e crimes contra a diversidade nos jogos de basquete foi um dos primeiros passos do departamento de ESG, culminando com o  Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB.

Essa plataforma discute um assunto não mais pela visão moral, mas com uma abordagem de prevenção e combate ao racismo. Fundamentado pelo cenário social e histórico da população negra no Brasil, esse documento tem também o objetivo de criar um legado social pelo basquetebol sobre a importância da cultura negra na formação histórica do País, o reconhecimento das mazelas sociais e econômicas trazidas pelo processo escravagista para esse grupo étnico, e o real papel das instituições a fim de diminuir a desigualdade e a introdução das bandeiras de equidade na sociedade. Essas ações também servem como ferramenta de proteção às marcas que patrocinam os clubes e o campeonato, além do esporte como um todo.

“O Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB é uma contribuição importante para o enfrentamento de uma realidade de preconceito e violência que existe em nossa sociedade. A Liga tomou uma posição ativa para enfrentar e, de alguma forma, contribuir para que este tipo de violência deixe de acontecer. O fato de outras entidades importantes, como ANB 3×3 e até de outros esportes, com o peso da Federação Paulista de Futebol, adotarem o mesmo caminho mostra o tamanho da importância do tema e do Tratado.”, afirmou o presidente da LNB, Rodrigo Franco Montoro.

O conceito teórico é posto em prática pelo Protocolo Antirracismo pela Diversidade, que são ações sequenciais que devem ser tomadas após qualquer crime contra a diversidade ocorra, para proteção e acolhimento à vítima, recebimento e encaminhamento da denúncia, além da coleta de provas. A ação é realizada por meio de treinamentos entre os profissionais envolvidos em uma partida de basquete e pela comunicação, que é realizada antes de todas as partidas iniciarem e também pela presença nos ginásios do QR Code, que dá acesso ao passo a passo de agir nessas situações.

Essa construção serviu como tema de palestras em inúmeras entidades e eventos, dentre elas: Corinthians, Paulistano, Federação Paulista de Futebol e instituições como Mackenzie e Whirpool. Essas conexões permitiram que o Tratado servisse de inspiração para a inserção do tema em outras instituições. A primeira ação foi a adoção integral do projeto pela Associação Nacional de Basquete 3×3 em seus eventos nacionais e internacionais.

A segunda interação rompeu as barreiras do basquete chegando ao futebol pela FPF. Rafael Rocha Garcia foi convidado para palestras sobre o Tratado na entidade, juntamente com corpo da instituição, e foi construído um modelo funcional para o futebol paulista inspirado no desenvolvido pela LNB. “O Tratado Antirracista pela Diversidade da LNB foi lançado com o intuito de ser uma nova abordagem da temática no esporte, com o basquete na vanguarda desse processo. Quando esse conceito vai para o futebol por meio de uma instituição com o tamanho da FPF, mostra o quanto o esporte pode ser uma ferramenta de transformação. Ter a FPF com esse posicionamento é um ganho social”, afirmou o coordenador de ESG da LNB.

“O Tratado nasce a partir da necessidade da Federação Paulista de Futebol de ir além de campanhas de conscientização e educação. Ele cria protocolos específicos para orientar nossos profissionais em caso de racismo e discriminação, priorizando a proteção à vítima. O futebol paulista precisa ser um ambiente livre, acolhedor e luta contra o ódio, a intolerância e contra qualquer tipo de discriminação”, explicou Mauro Silva, vice-presidente da FPF.

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