Esta quinta-feira, 11 de janeiro de 2024, entra para história do NBB e, principalmente, para a carreira do técnico do Flamengo, Gustavinho de Conti. No momento em que subiu a bola para seus comandados no confronto contra o Minas, na Arena UniBH, o comandante tornou-se o primeiro treinador a alcançar a marca de 500 jogos à beira da quadra na competição, somando os períodos em que esteve à frente do Paulistano e do Flamengo, únicos clubes que comandou.
A partida foi carregada de significados porque representava a disputa pela liderança da temporada 2023/24 até o momento. O Minas foi uma das duas equipes que bateu o Flamengo na primeira metade da competição, logo na partida de abertura. A vitória não veio, o adversário superou o time carioca por 86 a 78. Independentemente de qual fosse o resultado, o feito de Gustavinho de ser desbravador e o fundador do “clube dos 500 jogos” entre os treinadores estava concretizado.
“500 jogos é uma marca que eu, sinceramente, não esperava. Nunca imaginei fazer 500 jogos em uma liga tão importante quanto é o NBB e sendo tão novo para treinador, é uma idade intermediária. Lembro lá do começo, no Paulistano, nos primeiros jogos, fiquei muitas temporadas lá. Gostaria de agradecer muito ao Paulistano, que me deu minhas primeiras oportunidades. E, claro, ao Flamengo, onde estou hoje e onde tive uma quantidade gigantesca de jogos, vitórias e títulos importantes. Me sinto muito lisonjeado e muito feliz com essa marca. Quando ainda não tinha começado e estava estudando para ser treinador, me espelhava muito em grandes técnicos que eu via com esse tipo de marca de jogos e vitórias. Não caiu a ficha ainda do patamar que estou como treinador, em uma equipe como o Flamengo e fazendo 500 jogos em uma liga tão importante”, declarou Gustavinho.
Ao longo de 13 anos na beira das quadras do NBB, muita coisa mudou para o treinador, como ele mesmo brinca: “Mudou muito, principalmente, o peso corporal, a quantidade de cabelos mudou bastante também. Mas, fora a brincadeira, há coisas que andam juntas felizmente: a experiência que vamos adquirindo durante os jogos vai ajudando a suportar a pressão. Quando começamos, lá atrás, talvez não tenhamos tanta noção (isso ouvi de um amigo muito próximo) de quando a gente perde um jogo, o que isso significa, o que pode acontecer com uma derrota ou com uma vitória. Quando você vai conhecendo mais sobre o basquete, tendo mais jogos, como eu tive, vai entendendo quais são as consequências e que são muito grandes muitas vezes. A pressão aumenta com os resultados. Em contrapartida, a experiência e a quantidade de jogos te ajudam a lidar melhor com essa pressão. Então, você aprende a conviver com a pressão, lidando melhor e tirando o melhor dos seus jogadores e do seu próprio desempenho com isso. Enfim, acho que só tenho agradecimentos mesmo para todo mundo que me deu oportunidade, no caso Paulistano e Flamengo”, completou.
Gustavo de Conti, que vai completar 44 anos em fevereiro, está na sua sexta temporada dirigindo o Flamengo e é o técnico mais vencedor do basquete brasileiro nos últimos anos. Todo esse sucesso lhe rendeu a oportunidade de assumir o comando Seleção Brasileira de basquete. Desde setembro de 2021, o treinador também está na beira das quadras vestindo verde e amarelo.
Gustavinho iniciou sua jornada no basquete ainda criança, com sete anos de idade. Na base de São Paulo, ele jogou pelo Corinthians, Monte Líbano, Ypiranga e, por último, no Paulistano, onde decidiu encerrar sua carreira. Aos 17 anos, iniciou sua trajetória como treinador em escolinhas e, aos 18, em categorias de base.
Como treinador, De Conti acumula mais de 20 anos de experiência. Multicampeão na base paulista, o técnico teve sua primeira oportunidade no adulto em 2010, no Paulistano. Por lá, ele ficou até 2018 e deixou um extenso legado: duas vezes Técnico do Ano (2013/14 e 2017/18) e campeão do Paulista 2017 e do NBB 2017/18.
Depois de dar ao CAP seu primeiro título nacional na história, Gustavo De Conti se transferiu para o Flamengo, onde seguiu ganhando títulos. Foram seis Estaduais (2018 a 2023), duas Copas Super 8 (2019 e 2021), dois NBB (2018/19 e 2020/21), uma Basketball Champions League Américas (2021), a Copa Intercontinental 2022, no Egito, além de mais dois Troféus Ary Vidal de Técnico do Ano (2018/19 e 2020/21).
Na soma das passagens por Paulistano e Flamengo, Gustavinho tem sete títulos entre os principais campeonatos nacionais, continentais e internacionais de basquete e mais quatro premiações individuais de Técnico do Ano: só do NBB são três troféus nas últimas seis temporadas. O que fica na história do NBB é o pioneirismo do técnico do Rubro-Negro. Seus números até chegar nessa marca são de 342 vitórias e 158 derrotas, um aproveitamento de 68,4%.
A contagem não para tão cedo, pois o time já volta à quadra no próximo sábado (13/1), com o pensamento de buscar uma nova vitória, fora de casa, contra o Pato Basquete. A Liga Nacional de Basquete parabeniza Gustavinho de Conti por sua trajetória e estará acompanhando os próximos 500 jogos.
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