Na noite deste sábado (03/02), o Flamengo levantou mais uma taça na elite do basquete nacional. Ao derrotar a UNIFACISA por 83 a 77, no Maracanãzinho, o Rubro-Negro tornou tricampeão da Copa Super 8 com os títulos de 2018, 2021 e 2024. A equipe deixa para trás o Sesi Franca, com duas conquistas, e isola-se como a maior vencedora do torneio que reúne os oito melhores times do primeiro turno do NBB. No campeonato nacional o time carioca também lidera com sete conquistas.
Para classificar-se à Copa Super 8, o Flamengo fez a melhor campanha da primeira metade do NBB tendo que dividir as atenções também com a Basketball Champions League Americas (BCLA). O Rubro-Negro mostrou a força de seu elenco e competência de sua comissão técnica para superar adversários, o cansaço e outras dificuldades. Apesar de ter se reforçado com o norte-americano Devon Scott no meio da temporada, não pôde contar com o pivô na Copa Super 8, com Gabriel Jaú, MVP da competição, realizando a função cinco do time. Em boa parte do NBB CAIXA também não contou com um de seus principais nomes, Olivinha, que teve uma contusão no ombro.
Questões pessoais – todas motivos de alegria, na realidade – também se apresentaram como desafios para o planejamento. O húngaro Markó Filipovity veio no início da temporada 2023/24 para reforçar o time e foi pai, assim como o técnico Gustavinho de Conti, que recebeu a notícia que sua esposa já estava em trabalho de parto entre os dois jogos da segunda janela da BCLA. Outro papai foi Didi, que precisou desfalcar o time nas quartas, contra o Bauru, pois seu filho iria nascer na Austrália.
Mesmo com tantos “contratempos”, o Flamengo mostrou sua força como o time mais vencedor dentro do NBB e um dos mais tradicionais do basquete brasileiro. Dono da melhor campanha no primeiro turno do NBB, a time carioca teve o privilégio de decidir todas as fases no Maracanãzinho. O título incontestável veio com sucessos sobre o Bauru Basktet por 86 a 67 nas quartas, contra o Paulistano com um game winner de Didi nas semi por 83 a 82 e com a vitória sobre a UNIFACISA por 83 a 77 na final. Vale lembrar que o Jack tinha eliminado Sesi Franca e Minas, terceiro e segundo colocados do primeiro turno do NBB respectivamente, fora de casa.
O armador argentino Franco Balbi, que retornou ao Flamengo após uma temporada no Boca Juniors, traduziu como o Rubro-Negro é dominante na Copa Super 8:
“Seis edições de Super 8, cinco finais e três títulos. Acho está mais que demonstrado que o Flamengo é sempre competitivo, que sempre vamos lutar e acho que merecemos esse título. Não quer dizer que treinamos mais que todos, mas nós treinamos muito para esses momentos. É um clube em que todo dia você tem que render, tem que mostrar por que está aqui. Trabalhamos com pressão todos os dias e eu acredito que quando chegam este tipo de torneios e finais fica demonstrado porque sempre estamos aí. Eu acho que é por causa da exigência dentro do clube”.
Olivinha é o símbolo do Flamengo vencedor, principalmente, ao analisar a década pela qual o ala/pivô de 40 anos de idade atravessou vestindo a camisa do Flamengo. Ele explicou porque o time levanta tantos títulos:
“Eu queria dizer que sou um privilegiado por estar tanto tempo aqui no Flamengo. Eu dei uma sorte de pegar uma geração gloriosa, que praticamente ganhou todos os títulos, incluindo dois mundiais. A gente acabou de ser o único tricampeão da Copa Super 8. Eu acho que a diretoria merece um crédito muito grande por toda temporada montar equipes para disputar os títulos. Não é para participar. Sempre que o Flamengo entra na quadra é para disputar título, é cotado como favorito, e a diretoria está de parabéns pelo trabalho feito nos últimos anos. Nós jogadores tentamos corresponder dentro da quadra toda expectativa que sempre é criada no início do campeonato. Como eu falei, sou privilegiado de estar aqui há mais de 10 anos e ter conquistado alguns títulos”.
Outro que falou o quanto de pressão se carrega ao levar o símbolo do Flamengo no peito foi Gabriel Jaú, que venceu o prêmio de jogador mais valioso da Copa Super 8:
“Tirando que o elenco é sempre montado para ser campeão, acho que tem muito da cobrança interna. Sabemos da pressão que é jogar no Flamengo, de sempre estar buscando títulos, sempre estar nas finais. O Gustavinho até falou hoje no vestiário, a pressão nossa no dia a dia é muito maior do que a pressão de entrar em uma final como um peso contra de um time tão bom quanto é o nosso. Trabalhamos todos os dias, isso é o bom de jogar no Flamengo, estamos pressionados o tempo todo, então chega nesses momentos, já estamos mais acostumados”.
Didi foi decisivo na semifinal, já teve passagens por outros locais, inclusive NBA, e sabe que a marca Flamengo tem um peso mundial:
“Uma coisa que é diferente no Flamengo é ser reconhecido internacionalmente, é um clube grande, em Orlando, na Flórida, tem muita gente que é flamenguista ou sabe o que é o Flamengo. Muito feliz de fazer parte dessa equipe, a visibilidade que o Flamengo dá a cada jogador que chega, o trabalho que é feito pela comissão é fundamental, sempre com uma continuidade. Desde 2014, que ganharam o Mundial aqui no Rio é um trabalho incrível”.
Não poderia faltar o depoimento do técnico Gustavinho de Conti, presente nas três conquistas da Copa Super 8:
“O segredo vem de muitos anos no Flamengo, ótima estrutura e ótimos investimentos. O Flamengo tem que servir de exemplo para todos, temos sempre que puxar a Liga Nacional de Basquete para cima e quanto mais times estiverem investindo, com melhores estruturas e comissões técnicas, mais recursos para investir em jogadores, o NBB CAIXA vai melhorar, o nível vai aumentar. Então, o Flamengo serve de exemplo para a Liga crescer como um todo”, disse Gustavinho, que lembrou que o time não tinha conquistado as edições anteriores dentro de casa e faltava essa conquista.
Como a equipe não para de buscar títulos, na próxima terça-feira (06/02), às 20h, o Flamengo já tenta uma nova vitória pelo NBB, contra o Botafogo, no ginásio Oscar Zelaya.
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